Quase 3 mil pessoas aguardam na fila por um transplante de rim em Minas Gerais

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Quase 3 mil pessoas aguardam em Minas Gerais por um transplante de rim. Nesta quinta-feira (9) é comemorado o Dia Mundial do Rim. O objetivo da data é promover uma campanha mundial pela saúde dos rins, informando a população sobre o assunto e incentivando práticas saudáveis.

Apesar do número de pessoas na fila, em 2022 foram realizadas apenas 669 cirurgias de transplante de rim, desses 43 foram de pacientes no Sul de Minas. Já neste ano, até este mês foram realizados 36 transplantes no estado, sendo cinco no Sul de Minas.

O g1 questionou a Secretaria de Saúde do Estado sobre o tamanho a fila de espera para a realização do transplante de rins no estado. A assessoria nos informou, que a cirurgia de rim, sempre foi o órgão com a maior fila de espera no estado, pois são poucos os hospitais que realizam os transplantes.

Quase 3 mil pessoas aguardam na fila por um transplante de rim em MG — Foto: Secom/MT

Quais os sintomas?

O g1 conversou com a médica nefrologista Daniela Zica, que explicou que a grande maioria das doenças que levam a insuficiência renal, são silenciosas.

“Acaba que a grande maioria das doenças que leva o paciente a ir para uma insuficiência renal, são silenciosas e não apresentam sintomas nos estágios inicias, por isso é incentivado consultas, realização de exames com o objetivo de identificar o mais precocemente doenças que tem o potencial de evoluir para uma insuficiência renal”, afirma a médica.

A médica também explicou que essa campanha é realizada no mundo inteiro e foca principalmente no tratamento precoce da doença e a importância dos pacientes sempre fazerem exames de rotina para acompanhamentos e trazendo alguns alertas.

“Sinais de alerta, para o paciente procurar o assistência, vai desde alterações no exame de urina, como sangue nela e muitas infecções, outra situação é na realização de exame de rotina, contendo uma dosagem de creatinina elevada, deve procurar ajuda médica”, orienta Daniela.

Ainda segunda a médica, as principais causas que podem levar o paciente a estar em uma insuficiência renal terminal, a uma hemodiálise e um transplante no futuro, são doenças conhecidas entre a população.

“As doenças mais prevalentes na população, hipertensão, diabetes, o colesterol alto, o uso indiscriminado de medicações e de inflamatórios, o tabagismo, a obesidade, que a gente tem que ficar atento pois pode levar o paciente a uma doença renal crônica” alerta Dra. Daniele.

Filho doou rim para o próprio pai

Em Poços de Caldas, um filho doou um dos rins para o próprio pai, após ele perder a função renal. O fato aconteceu há 14 anos. No dia 10 de fevereiro de 2009, o personal Adamo Ramos Ribeiro, 42 anos, fez a cirurgia que salvou a vida do seu pai, o motorista João José Ribeiro de 71 anos.

“Meu único momento era eu e Deus, meu pai me deu a vida por que não posso fazer isso por ele”, afirma Adamo.

Os primeiros sintomas de João, surgiram em 1996. Depois de 10 anos, em 2006, os sintomas voltaram mais fortes. Foi quando ele iniciou o primeiro tratamento, quando descobriu que estava apenas com 40% dos rins funcionando.

Filho doou o rim para salvar a vida do pai há 14 anos — Foto: Arquivo Pessoal

Os sintomas pioraram ainda mais em 2008. Foi quando seu filho começou a procurar tratamentos pelo SUS fora de Poços. Ele então descobriu um no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP) e entrou em contato com o local.

O senhor João passou por todo o processo. Foi aí que Adamo se voluntariou a doar seu rim ao pai. A compatibilidade na época deu 80%. A cirurgia foi marcada e todo o procedimento foi feito pelo SUS.

” Não existe amor no mundo que eu possa retribuir o que meu filho fez por mim! Se hoje estou vivo e bem, ele foi essencial para isso”, conta João.

Após 14 anos, o filho e o pai estão bem, realizando consultas anuais e sem mais nenhum sintomas.

Publicado por Weber Gomes
Registro Profissional (DRT) nº 07810/MG
Fonte: g1 Sul de Minas