“O Pavlo é morador local, ele mora em Kiev, nasceu lá, a família é toda de lá e ele me hospedou lá, quando a gente esteve na Ucrânia. Nós ficamos quase um mês na casa dele e através dele nós conhecemos muitos lugares, é um cara muito legal. Desde o começo ele se mostrava um pouco preocupado com a situação, só que ele jamais imaginou que fosse escalar desta maneira, jamais imaginou que o Putin fosse louco de fazer o que ele está fazendo”, disse Mayke ao g1.

Quando o mochileiro do Sul de Minas esteve no país junto com a namorada, a imprensa internacional já estava noticiando a possibilidade de um ataque, mas segundo ele, isso não era levado a sério pelos moradores.

“Quando a gente estava lá nesse tempo, eram só alardes, principalmente da mídia internacional. A gente não ouvia falar tanta coisa lá dentro da Ucrânia, que estava em risco iminente de guerra, o pessoal estava vivendo vida normal, eles jamais esperavam que isso fosse acontecer. Agora a situação piorou bastante, a gente está bem aliviado de não estar lá, porque se a gente estivesse lá agora, dificilmente a gente ia conseguir sair do país, porque os aeroportos todos foram fechados, a situação está bem complicada”, disse o mochileiro.

“Ao mesmo tempo que a gente está aliviado, a gente está bem preocupado com as pessoas que a gente conheceu, que nos trataram tão bem”

Após o início da invasão nesta quinta-feira (24), Mayke entrou em contato com o amigo ucraniano, que contou um pouco como está a situação por lá.

“Há lutas pesadas em toda a Ucrânia. As coisas estão realmente ruins. Nossas forças estão contra-atacando agora, mas estamos frente a frente com o grande inimigo. O mundo não pode ou não quer ajudar com ações realmente fortes, tudo o que eles fazem é expressar apoio a nós, julgar a Rússia e colocar e impor sanções. Eles não entendem que isso não é suficiente! As sanções não impedirão os tanques russos e as forças aéreas que estão invadindo nossa terra. As pessoas estão morrendo, incluindo civis. Parece que o mundo ocidental sacrificou a Ucrânia para evitar a 3ª Guerra”, disse Pavlo Loktionov.

Segundo o guia ucraniano, muitos estão deixando o país e outros, como ele, vão ficar para lutar.

“Esse é o nosso destino: não deixar terroristas, que durante toda a existência quiseram eliminar e apagar nosso povo, cultura, identidade nacional, reescrever nossa história e capturar nossas terras. Então, peço que divulguem informações verdadeiras sobre os feitos russos, pois agora enfrentamos o país do ditador maluco com sua enorme propaganda mundial”, completou o ucraniano.