A Polícia Militar de Minas Gerais realizou uma megaoperação de combate à violência doméstica durante o mês de agosto. A ação, batizada de “Agosto Lilás”, resultou na prisão de 432 pessoas em todo o estado. A iniciativa reforça o compromisso da corporação no enfrentamento a esse tipo de crime, que afeta milhares de mulheres em Minas Gerais e em todo o Brasil.
As prisões ocorreram em todas as 19 Regiões de Polícia Militar do estado. Do total de detidos, 198 tinham mandados de prisão em aberto por crimes relacionados à violência doméstica. Os outros 234 foram presos em flagrante. A capital, Belo Horizonte, registrou o maior número de prisões, com 32 pessoas detidas. A operação também abordou cerca de 3.600 pessoas ao longo do mês.
A “Operação Agosto Lilás” foi criada para intensificar as ações de enfrentamento à violência contra a mulher. A campanha buscou reafirmar o compromisso da Polícia Militar com a defesa dos direitos fundamentais e a promoção da segurança da população mineira, com foco especial nas mulheres. A escolha do mês de agosto é simbólica, pois faz referência à sanção da Lei Maria da Penha, em 7 de agosto de 2006.
Além das prisões, a Polícia Militar realizou uma série de ações preventivas. Foram cerca de 1.400 visitas a mulheres vítimas de violência e também a autores de agressões. Essas visitas fazem parte do Protocolo de Segunda Resposta, que busca acompanhar os casos e evitar a reincidência. A corporação também distribuiu materiais educativos, promoveu 202 reuniões com órgãos da Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e realizou 677 palestras sobre o tema.
A Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher é um conjunto de instituições que atuam de forma integrada para combater a violência de gênero. A rede inclui órgãos da segurança pública, do sistema de justiça, da saúde, da assistência social e da educação. A atuação conjunta dessas instituições é fundamental para garantir a proteção das vítimas e a punição dos agressores.
A Polícia Militar de Minas Gerais mantém um serviço especializado de Prevenção à Violência Doméstica desde 2010. As Radiopatrulhas de Proteção à Mulher, conhecidas como RpPM, são responsáveis por atender as ocorrências e acompanhar as vítimas. Atualmente, o serviço está presente de forma fixa em 172 municípios mineiros. Nos demais, o atendimento é feito por radiopatrulhas capacitadas para lidar com esse tipo de ocorrência.
Os dados sobre violência doméstica em Minas Gerais são alarmantes. Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, em 2024, foram registrados 153 mil casos de violência contra a mulher no estado. O número representa um aumento em relação aos anos anteriores. Em 2023, o estado já havia registrado um aumento de 9,4% no número de vítimas de violência doméstica em relação a 2022.
O Ligue 180, canal de denúncias de violência contra a mulher, também registrou um aumento no número de atendimentos em Minas Gerais. Em 2024, foram 64.484 ligações, um aumento de quase 14% em relação a 2023. O número de denúncias também cresceu, passando de 11.656 em 2023 para 12.815 em 2024.
Apesar do aumento no número de casos, Minas Gerais registrou uma queda no número de feminicídios. Nos primeiros nove meses de 2024, o estado teve uma redução de 23,9% no número de vítimas de feminicídio consumado, em comparação com o mesmo período do ano anterior. A queda é um reflexo do trabalho integrado das forças de segurança e da rede de proteção à mulher.
A violência contra a mulher é um problema complexo e multifacetado. As causas são diversas e incluem fatores culturais, sociais e econômicos. O machismo, a desigualdade de gênero e a cultura da violência são alguns dos principais fatores que contribuem para a perpetuação desse tipo de crime. O combate à violência contra a mulher exige uma resposta integrada do poder público e da sociedade civil. É preciso investir em políticas públicas de prevenção, em educação para a igualdade de gênero e em mecanismos de proteção às vítimas. A “Operação Agosto Lilás” e as demais ações da Polícia Militar de Minas Gerais são um passo importante nessa direção, mas a luta contra a violência doméstica está longe de acabar.
Da redação Weber Gomes
Reprodução: Polícia Militar
Fonte: Polícia Militar
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