Segundo as investigações da Polícia Civil, ao total, foram desviados da prefeitura R$ 884 mil. O valor teria sido usado também para festas, por meio de aluguel de imóveis, além da compra de um carro e de uma casa em Franca (SP).

Em outubro do ano passado, a ex-tesoureira foi exonerada da Secretaria de Finanças de Capetinga. Os desvios foram descobertos, segundo a prefeitura, assim que a nova contratada para a função assumiu o cargo.

“A gente exonerou a ex-tesoureira por falta de compromisso ao serviço. A gente estava recebendo umas cobranças, o que não era costume de serem recebidas. Assim que a exoneramos, contratamos a nova tesoureira e assim que tivemos acesso às contas e aos extratos das contas percebemos o desvio do dinheiro. Foi a partir de ter as contas em mãos”, disse o prefeito Luiz César Guilherme (União Brasil).

A então tesoureira era responsável por fazer o pagamento aos fornecedores por transferências bancárias virtuais. A suspeita é que ela transferia o dinheiro para outra conta da prefeitura que era menos utilizada e, depois, repassava a quantia para conta de uma terceira pessoa, que não tinha relação com os fornecedores.

“Todos os pagamentos são feitos através de empenho, essa parte de compras passa pela contabilidade, se empenha, encaminhando para a tesouraria, que faz os pagamentos”, falou o prefeito.

As auditorias feitas pela prefeitura apontam que os desvios aconteceram entre junho e outubro do ano passado.

“Ninguém da prefeitura imaginava, até no dia que ficamos sabendo foi um choque. Era uma pessoa simples, trabalhadeira, honesta. Até no momento que ela foi embora, os motivos não sabemos, que ela chegou a esse ponto. Foi uma infelicidade muito grande dela”, comentou o prefeito.

A Câmara de Vereadores de Capetinga também apura irregularidades na secretaria de finanças do município. Em dezembro, foi instaurada uma CPI para uma investigação paralela à Justiça. Até o momento, 13 testemunhas foram ouvidas pela comissão.

“O que levantamos até agora, parcialmente, foi que as transações foram feitas de forma online, transferência sem empenho e transferências realizadas com duas senhas”, relatou o vereador Venilto Faleiros (PSD), que é também o presidente da CPI.

Para encerrar a investigação, a CPI quer ouvir também a principal suspeita dos desvios.

“Essa suspeita para nós também é importante porque a pessoa é fundamental para finalizar os nossos trabalhos. Ela tem informações mais detalhadas para que possamos terminar os trabalhos”, completou o presidente da CPI.

Juma e o marido tinham mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça de Minas Gerais desde janeiro deste ano e eram procurados pela polícia.

O delegado Tiago Fraga apurou que o casal estava residindo em um apartamento alugado em Caldas Novas há cerca de 8 meses. A polícia obteve informações de que o casal ia entregar o apartamento e se mudar de cidade em poucos dias, o que antecipou a operação de captura.

O delegado informou que o homem foi levado para o presídio de Caldas Novas e a mulher para a penitenciária feminina de Corumbaíba.

A produção da EPTV, afiliada Rede Globo, não havia conseguido contato com a defesa da ex-tesoureira até a última atualização desta reportagem.

g1 Sul de Minas