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Estudante da UFMG descobre 25 aglomerados de estrelas e amplia conhecimentos sobre a Via Láctea

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Um infinito número de estrelas brilha, todas as noites, no céu. Mas o que os olhos conseguem ver a olho nu é uma parte ínfima perto da quantidade existente nas galáxias. É preciso a ajuda de telescópios para explorar a beleza que se vê na imensidão negra. E foi usando um super potente, aliado a estudos e muitas análises, que um estudante da UFMG encontrou 25 novos aglomerados de estrelas. Uma descoberta que pode ajudar no entendimento da nossa galáxia, a Via Láctea.

Aglomerados são estrelas que nascem juntas e orbitam as galáxias. A maioria dos astrônomos recorre à inteligência artificial, a computadores muito potentes nas buscas. Mas os pesquisadores do Departamento de Física da UFMG criaram um método em que aliam a tecnologia com supervisão de cada passo do processo. E foi por meio deste método que o doutorando em astrofísica Filipe Andrade encontrou os aglomerados, todos batizados com o nome da universidade.

“Muito gratificante achar algo novo. Quando a gente começa a graduação em física, queremos descobrir coisas novas. E no curso você cai na real: ‘Não vou descobrir nada…(rs). E quando consegue fazer contribuição para a ciência, volta aquele sonho, aquela expectativa. É muito bom, porque você coloca nome em algo que está no céu e que todo mundo que estudar vai lembrar. É um legado que vou deixar”, ressalta o estudante.

O professor titular da UFMG Wagner Corradi, que participou do estudo e, atualmente, é responsável pelo Laboratório Nacional de Astrofísica, em Itajubá, no Sul de Minas –, explicou de uma maneira bem didática como é o método utilizado na busca pelos aglomerados.

“Em 2019 estávamos trabalhando com doutorado, estudando objetos imersos em campo muito cheio de outras estrelas. É como procurar uma pessoa no Mineirão cheio. Nos estudos, saíram dados mostrando a distância entre as estrelas e a velocidade delas. É como se, com isso, conseguimos saber a distância dessa pessoa que está no Mineirão até mim”, comparou.

Ou seja, o método facilitou a busca por novos aglomerados nas galáxias. E a descoberta do grupo da UFMG, destacou o doutorando Filipe Andrade, tem grande relevância científica.

Constelação do Cruzeiro do Sul e as estrelas membro dos aglomerados estelares UFMG 53 UFMG 55 e UFMG 61 (círculos azuis) — Foto: Reprodução / Aladin Sky Atlas e Satélite Gaia

Constelação do Cruzeiro do Sul e as estrelas membro dos aglomerados estelares UFMG 53 UFMG 55 e UFMG 61 (círculos azuis) — Foto: Reprodução / Aladin Sky Atlas e Satélite Gaia

“Um aglomerado serve para provar a evolução das estrelas individualmente. E como a galáxia é cheia de aglomerados, você consegue entender a própria galáxia: idade e velocidade que está se movimento, por exemplo”, explicou.

Descoberta em BH

O professor Wagner Corradi contou que, com a descoberta feita em Belo Horizonte, foram identificados três grupos diferentes, encontrados na Constelação de Norma. Logo desconfiaram que nunca haviam sido vistos antes. A equipe da UFMG estudou e comprovou que eram inéditos.

Seguiram procurando por mais, em outras regiões. Ao todo, encontraram 59 objetos. Alguns também foram encontrados por outros grupos de pesquisa, que “avisaram” primeiro.

“Quando estávamos preparando a publicação, computador estava trabalhando também, à procura. E alguns foram reportados na literatura. Há uma competição entre grupos de pesquisa. Mesmo assim, tivemos 25 descobertos que foram considerados inéditos”, comemorou.

Além da descoberta reconhecida, o trabalho dos pesquisadores da UFMG deixa outro legado. De acordo com o professor Corradi, é uma prova de que a técnica usada pela equipe é eficaz e independe do uso exclusivo de computadores. É feita o que eles chamam de “inspeção visual de um conjunto de dados”. E, dependendo do que se encontra, são feitos ajustes para confirmar o encontro do objeto.

“A procura do computador é mais cega, sem supervisão. A humana é mais objetiva, usando o visual”, salientou Corradi.

Também participaram da descoberta os professores doutores João Francisco Santos Júnior (do departamento de astrofísica da UFMG), Francisco Maia (UFRJ) e Mateus Ângelo (CEFET-MG).

Aglomerado UFMG 62 (estrelas marcadas em vermelho) e o já conhecido aglomerado NGC3114 — Foto: Reprodução / Aladin Sky Atlas e Satélite Gaia

Aglomerado UFMG 62 (estrelas marcadas em vermelho) e o já conhecido aglomerado NGC3114 — Foto: Reprodução / Aladin Sky Atlas e Satélite Gaia

Aglomerados

O professor Wagner Corradi explicou que cada aglomerado varia de 100 a 500 estrelas. A idade varia entre alguns milhões de anos até bilhões de anos. Alguns são difíceis de serem identificados porque a poeira interestrelar “apaga” a maioria das estrelas.

“É mais uma questão de persistência do que dificuldade. São difíceis, claro, por isso não foram encontrados antes. Mas os dados foram fundamental: separamos pela velocidade e não pela localização”, completou o “descobridor” Filipe Andrade.

E a descoberta dos aglomerados batizados de UFMG não para por aí. Afinal, conforme disse o professor Wagner Corradi, a técnica poderá ser usada em outras situações e contribuir para o desenvolvimento tecnológico do país.

Fonte: G1 Sul de Minas

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