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Equipes de resgate iniciam 4º dia de buscas por vítimas da chuva no Litoral Norte de SP

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Equipes de resgate prosseguem nesta quarta-feira (22) a busca por vítimas após o temporal que devastou o Litoral Norte de São Paulo no fim de semana. O balanço da Defesa Civil aponta 48 mortes (47 em São Sebastião e uma em Ubatuba).

O número de desaparecidos subiu para 57, segundo a Defesa Civil. Os trabalhos acontecem especialmente em bairros da costa sul da cidade de São Sebastião, como a Vila do Sahy, área que concentra a maioria das vítimas da tragédia, e Juquehy.

Na terça-feira voltou a chover forte em São Sebastião e as buscas chegaram a ser suspensas momentaneamente por questões de segurança devido ao risco de novos deslizamentos de terra.

Os trabalhos foram retomados a partir das 22h e seguiram pela madrugada, diferente do que aconteceu nos primeiros dias, quando em alguns pontos não havia luz para que a continuidade das buscas nos locais afetados.

Resgate

As buscas são feitas por bombeiros, agentes da Defesa Civil e os próprios moradores. No domingo, helicópteros da PM tiveram dificuldade para chegar nos pontos mais críticos devido ao mau tempo. O Exército enviou aeronaves para ajudar nos trabalhos. A operação envolve mais de 600 pessoas.

Uma das vítimas é uma menina de 7 anos que morreu soterrada após a sua casa ser destruída por uma pedra de duas toneladas durante o temporal em Ubatuba. Em São Sebastião, uma mulher de 35 anos morreu depois que a casa dela foi atingida por uma árvore.

Em São Sebastião, uma criança de 2 anos foi salva após ter ficado horas sob os escombros. Equipes também resgataram uma mulher em trabalho de parto que estava isolada — mãe e bebê passam bem.

Em Juquehy, outro bairro bastante afetado pelas chuvas, o Corpo de Bombeiros registrou um novo deslizamento de terra de segunda para terça, mas sem registro de vítimas.

Estradas do litoral norte de SP

Além do trabalho de resgate, as equipes atuam para desobstruir o acesso por terra. Veja a situação das estradas na região:

  • Rio-Santos: o trecho até a Barra do Sahy está liberado. Entre os pontos interditados, há um ponto bloqueado totalmente na Praia Preta e outros nove com bloqueios parciais por causa de deslizamento de terra, entre eles, o trecho de Maresias.
  • Mogi Bertioga: segue completamente bloqueada, com previsão de ao menos dois meses para liberação.
  • Rodovia dos Tamoios (SP-99): principal rota alternativa entre o litoral norte de SP e São Paulo , está liberada.

Com a liberação da Rio-Santos até a Barra do Sahy e para aproveitar que a chuva parou momentaneamente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pediu que os turistas que desceram ao litoral para o carnaval deixem a região para aliviar a pressão nas áreas mais afetadas. Já voltou a chover na região e a previsão é de mais chuva nos próximos dias.

Os mercados chegaram a ter filas de clientes preocupados em estocar mantimentos. Enfrentando falta de água potável, limitação na venda de combustíveis e escassez de alimentos, moradores relatam que encontraram um litro de água sendo vendido por R$ 40: “Um absurdo”.

No bairro do Itatinga, no complexo da Topolândia, a lama desceu do morro e interditou uma das principais vias: “Andei nessa rua minha vida inteira e nunca tinha visto uma coisa dessas”, conta Thaís Matos, repórter do g1.

Saída do litoral

Por conta da situação das estradas e do fluxo intenso de veículos tentando deixar o litoral, os turistas têm enfrentado trânsito intenso.

Entre as praias de Maresias e Toque Toque, em São Sebastião, o cenário na estrada é similar ao de uma operação de guerra, segundo relatos das repórteres Mônica Mariotti e Thais Matos, do g1.

De um lado da estrada, carros de passeio com famílias encaravam uma jornada sem previsão de término pelas estradas do litoral, totalmente congestionadas. As ruas ainda seguiam alagadas e cobertas de lama, tornando o trânsito escorregadio e perigoso.

Estradas cobertas de lama e trânsito lento na subida para SP — Foto: Mônica Mariotti/g1

Estradas cobertas de lama e trânsito lento na subida para SP — Foto: Mônica Mariotti/g1

Do outro lado da estrada, na descida para o litoral, a via era ocupada por caminhões do Exército, retroescavadeiras, caçambas de terra e entulho, além de veículos de operadoras de telefonia.

Na saída de Caraguatatuba, outra cidade litorânea, para a Rodovia dos Tamoios, o anda e para dos veículos era constante. A via era a única acessível para quem tentava deixar o Litoral Norte.

Isolados, turistas chegaram a gastar até R$ 30 mil por voo para deixar o local de helicóptero. Enviados ao local, os repórteres André Catto e Fábio Tito, do g1 registraram um desses resgates no heliponto próximo à Vila do Sahy, uma das mais atingidas.

Caos

Na costa sul de São Sebastião, moradores ficaram ilhados e aguardam a chegada de doações e atendimento médico. Com os deslizamentos, diversas casas foram arrastadas e levadas pela terra. Muitos locais tiveram o abastecimento de água, luz e internet prejudicado.

O número de desalojados e desabrigados no litoral paulista não foi divulgado, mas, em todo o estado de São Paulo, o governo informou que há 1.730 desalojados (que precisaram deixar suas casas e foram para a residência de amigos ou parentes) e 766 desabrigados (que perderam as suas casas e não têm para onde ir) em decorrência das chuvas.

Segundo o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), 50 casas desabaram na cidade: “Cena assustadora”.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, decretou estado de calamidade em Guarujá, Bertioga, São Sebastião, Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba.

São Sebastião decreta calamidade pública — Foto: Divulgação/Defesa Civil de São Sebastião

São Sebastião decreta calamidade pública — Foto: Divulgação/Defesa Civil de São Sebastião

Onde foi a tragédia no Litoral Norte de SP — Foto: Gabriel Wesley/Arte g1

Onde foi a tragédia no Litoral Norte de SP — Foto: Gabriel Wesley/Arte g1

Previsão de mais chuva

Nesta quarta-feira, deve chover novamente em São Sebastião. Ao g1, o meteorologista Diego Souza, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) , informou que está mantida a condição de pancadas de chuvas no litoral, mas com menos intensidade para os próximos dois dias.

“Volumes iguais ao que observamos possivelmente não ocorrerão nos próximos dois dias, mas não podemos dar certeza ainda, porque continua a previsão de chuva local com volumes significativos.
— Diego Souza, meteorologista do Cemaden
  • Nos próximos dias, deve chover em locais isolados da Baixada Santista e do Litoral Norte de SP, com ventos e trovoadas.
  • Entre terça e quarta-feira, a expectativa é que ocorram pancadas típicas de verão.
  • Continua também a previsão de novos deslizamentos de terra, uma vez que os solos estão encharcados e qualquer nível de chuva pode contribuir para novas ocorrências.

Chuva anormal

De acordo com o meteorologista, nesta época do ano, chove mais mesmo, mas o volume foi anormal.

“O sistema de baixa pressão gera ventos intensos que ajudam a acumular água do oceano e dificultar escoamento dos rios. Tivemos também maior volume de maré, o que tornou mais difícil que a água escoasse de forma mais rápida para o oceano, contribuindo com os processos de inundação no litoral”, explicou Diego Souza.

Atuação do governo

Desde domingo (19), o governador Tarcísio de Freitas está em São Sebastião. Ele mudou temporariamente o gabinete dele para a cidade, enquanto a situação crítica persistir. Um comitê de gerenciamento de ações foi montado para atender aos desabrigados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também esteve em São Sebastião. Ele se comprometeu a implementar um programa habitacional para as vítimas da chuva e disse que o governo federal está à disposição para atuar nas áreas atingidas.

Tarcísio de Freitas, Lula e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Tarcísio de Freitas, Lula e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Publicado por Weber Gomes
Registro Profissional (DRT) nº 07810/MG
Fonte: g1 Sul de Minas

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