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Conheça Santa Rita do Sapucaí, cidade mineira que lança tendências e vira capital da tecnologia durante festival

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Com pouco mais de 43 mil habitantes, Santa Rita do Sapucaí é uma cidade no interior de Minas Gerais que sedia um dos principais festivais de tecnologia e inovação do país. O município, aliás, é conhecido nacional e internacionalmente por ser o “Vale da Eletrônica”. É em Santa Rita que tendências, como o 5G, são lançadas. Tudo isso, durante o HackTown, evento que começa nesta quinta-feira (15).

Santa Rita está localizada às margens da rodovia BR-459 e tem fácil acesso à grandes centros econômicos como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. O município, que possui uma área de 321 km², está em uma região com montanhas e vales que formam a Bacia do Sapucaí.

Mas como uma cidadezinha no interior de Minas se tornou uma potência na área tecnológica?

A base da economia de Santa Rita do Sapucaí está nas atividades agropecuárias, como café e leite, e no setor industrial. Além disso, o município produz outros produtos como sementes de milho e arroz.

Santa Rita do Sapucaí, Vale da Eletrônica — Foto: Divulgação / Sebrae-MG

Santa Rita do Sapucaí, Vale da Eletrônica — Foto: Divulgação / Sebrae-MG

Segundo Carlos Romero, coordenador do museu do município, Santa Rita começou a se tornar o “vale da eletrônica” há muitos anos. Delfim Moreira, presidente do Brasil em 1918 e 1919, viveu e morreu no município. Ele e sua família foram fundamentais para o desenvolvimento de Santa Rita.

“Nós tivemos aqui no início do século XX, um morador de Santa Rita, que de morador e presidente da Câmara se tornou presidente da república. Na época que ele foi governador [de Minas Gerais], ele designava para trabalhar em Santa Rita muitas pessoas de renome mundial na educação. Além disso, o irmão de Delfim Moreira, Francisco Moreira da Costa, foi um dos maiores produtores de café do Brasil. A filha do Francisco Moreira, a Sinhá Moreira usou um terço da fortuna do pai, porque ele tinha três filhos, para criar a primeira escola de eletrônica da américa latina e a 7ª do mundo, aqui em Santa Rita. Essa escola, mais tarde daria origem ao Inatel”, contou.

Anos depois, já na década de 80, um prefeito do município, ao perceber que as pessoas se mudavam da cidade após se formarem, incentivou e fez com que dezenas de empresas se instalassem em Santa Rita.

“Santa Rita já tinha as escolas, a ETE, a FAI e o Inatel, mas não tinha empresas. As maiores empresas da cidade eram os correios, a cooperativa agropecuária, os supermercados, estamparia, no mais eram os comércios. As empresas que foram surgindo precisaram contar com o apoio daqueles colegas que trabalhavam com tecnologia. Surgiu um cooperativismo muito forte entre estas empresas e as pessoas”.

Diversidade será assunto de destaque no HackTown 2022: 'Base para inovação' — Foto: Divulgação

Diversidade será assunto de destaque no HackTown 2022: ‘Base para inovação’ — Foto: Divulgação

Santa Rita e o HackTown

Um dos maiores festivais de inovação e tecnologia do país surgiu por meio deste cooperativismo entre os moradores de Santa Rita. Segundo Carlos Henrque Vilela, o HackTown foi um reflexo da movimentação que estava acontecendo na cidade, inspirado no festival internacional SXSW.

“Acho que o começo do HackTown foi o reflexo de algo que tinha na época. A 1ª edição do foi em 2016, mas um pouco antes tinha começado um movimento em Santa Rita, que existe até hoje e que vem transformando a cidade, que é o ‘Cidade criativa, cidade feliz’. Então, tinha uma galera que estava envolvida naquela época e fazendo várias coisas acontecerem. Eu comecei a fazer um evento de jazz e blues. […] Então foi uma onda de gente voltando pra cidade e fazendo muita coisa e, porventura, eu fui na SXSW. E começou a vir essa ideia, aí a primeira edição foi em fevereiro de 2016. Super influenciados pela SXSW, mas mais no formato. As coisas acontecendo em vários lugares diferentes em uma cidade, a temática da inovação”, relembrou.

A primeira edição do evento recebeu cerca de 700 pessoas. Foram 13 locais de palestras em um único sábado. Em setembro daquele mesmo ano, uma nova edição foi realizada e contou com a presença de 1,5 mil participantes. O HackTown passou a ser realizado no sábado e domingo.

“Foi o primeiro ano com um palquinho na praça e um espaço de música noturna no restaurante Casa do Beto, que existia na época. Foi quando essa frente da música independente foi incorporada”, contou Carlos.

HackTown 2022 traz shows e atividades culturais além de palestras em Santa Rita do Sapucaí — Foto: Divulfação/HackTown

HackTown 2022 traz shows e atividades culturais além de palestras em Santa Rita do Sapucaí — Foto: Divulfação/HackTown

Já em setembro de 2017, o festival passou a ser realizado em quatro dias. Foi nesta edição que Santa Rita recebeu a primeira casa do Google fora dos Estados Unidos. O público foi de 3,5 mil pessoas e o evento contou com shows e um dia apenas para workshops. Neste mesmo mês em 2018, o HackTown saltou para 5 mil participantes.

2019 ficou marcado como o último ano do HackTown antes da pandemia. O festival chegou a 7 mil pessoas credenciadas no evento, além do público da região que participou dos palcos montados para os shows gratuitos. Foi neste ano que o festival apresentou a tecnologia 5G, que hoje já está presente em algumas capitais do país.

Para edição deste ano serão mais de 800 atividades ao longo dos quatro dias de festival. Entre os temas mais abordados estão o ESG, Web 3, diversidade e future foods.

“O HackTown tem um diferencial que faz com que ele funcione aqui e não funcione tão bem em uma cidade como São Paulo. As pessoas podem transitar, podem andar de um bar para o outro, sai do Inatel e consegue ir para a ETE, para o Museu. Você tendo acesso a todos estes prédios, estas escolas, você consegue fazer com que esse ecossistema aconteça muito bem”, afirmou o coordenador do museu.

“Eu vejo que é uma cidade que tem a tecnologia muito real. É uma cidade que é pequenininha, mas ela é cosmopolita no sentido de que você consegue morar em Santa Rita e conviver com coisas que são difíceis para o tamanho de Santa Rita. Você consegue conviver com gente do mundo inteiro, gente de todo lugar do país”, finalizou Vilela.

g1 Sul de Minas

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