O Índice da Cesta Básica de Pouso Alegre (ICB – Pouso Alegre) registrou recuo de -1,21% no início de agosto em relação a julho, interrompendo a expectativa de alta prevista no relatório anterior. A diminuição foi influenciada principalmente pela queda nos preços de batata, feijão carioquinha, tomate e carne bovina. Já as maiores altas ocorreram na banana (20,58%), farinha de trigo (9,32%), pão francês (2,34%) e leite integral (2,29%). No acumulado dos últimos 12 meses, a cesta básica na cidade apresenta alta de 11,12%.

As informações são do levantamento realizado pelo Departamento de Pesquisa do Unis, em parceria com o Instituto Federal do Sul de Minas (Campus Carmo de Minas), por meio do GESEc (Grupo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos), com apoio do GEESUL. Os preços dos 13 produtos que compõem a cesta básica nacional de alimentos são coletados na primeira semana de cada mês nos principais supermercados de Pouso Alegre.

Segundo os dados, em agosto, o valor médio da cesta básica para o sustento de um adulto foi de R$ 701,40, o que equivale a 49,95% do salário mínimo líquido (após desconto do INSS).

O levantamento apontou que para adquirir a cesta básica, um trabalhador que recebe um salário mínimo precisa dedicar 101 horas e 39 minutos de trabalho. Comparado à linha de corte da renda mensal per capita das pessoas pobres, fixada em R$218,00, o custo da cesta está 3,22 vezes acima desse patamar.

Entre as cidades pesquisadas pela parceria IFSULDEMINAS e Grupo Unis, o valor da cesta básica foi de R$668,58 em Varginha, R$712,27 em São Lourenço e R$742,60 em Carmo de Minas. A redução observada em Pouso Alegre foi favorecida pelo frio menos intenso, que aumentou a oferta de hortifrutigranjeiros como batata e tomate, e pela continuidade da queda no preço do arroz. Também se confirmou a previsão de redução nos preços da carne bovina, feijão carioquinha e café em pó.

Para o curto prazo, a expectativa é de manutenção da queda ou estabilidade no valor da cesta básica, com o indicador sendo influenciado principalmente pelo comportamento das safras e pela oferta de produtos como hortifrutigranjeiros, arroz, feijão e leite integral. Já os impactos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sobre café, carnes, soja e outros alimentos ainda são incertos.

Da redação, Weber Gomes.