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BH enfrenta toque de recolher, vacinação lenta e hospitais no limite

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Um ano após o primeiro caso e o fechamento de Belo Horizonte por causa da Covid-19, a capital mineira vive um momento de explosão de casos da doença, com toque de recolher, ocupação hospitalar recorde e poucas perspectivas em relação à vacinação. As doses ainda não alcançaram todos os profissionais de saúde, nem mesmo metade dos idosos acima de 60 anos.

Exatamente no dia 18 de março de 2020, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), decretava estado de emergência em saúde pública por causa da pandemia. Um dia antes, ele anunciou, em vídeo nas redes sociais, suspensão de aulas e serviços – o primeiro dos cinco fechamentos da cidade –, além da formação do comitê, que discutia, desde janeiro, medidas preventivas.

“A pandemia é grave, é muito grave. A pandemia é guerra. Ela chegou e encostou na gente”, disse o prefeito àquela época.

No dia do anúncio, Belo Horizonte tinha um caso confirmado de Covid-19. Agora, já são 127.038 infecções e 2.957 mortes. Mesmo com a escalada da doença, BH é segunda capital com menos óbitos por 100 mil habitantes no Brasil

O secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado, fez um balanço de um ano de pandemia em Belo Horizonte e falou as perspectivas para o ano.

Vacinação: ‘não temos cronograma contando com o que não dispomos’

'Quantidade de vacinas que o programa disponibiliza para os profissionais de saúde é 1,5% do volume total de vacinas', disse secretário de Saúde  Jackson Machado — Foto: Danilo Girundi / G1

‘Quantidade de vacinas que o programa disponibiliza para os profissionais de saúde é 1,5% do volume total de vacinas’, disse secretário de Saúde Jackson Machado — Foto: Danilo Girundi / G1

Belo Horizonte recebeu, até esta quarta-feira (17), 352.370 doses das vacinas Coronavac e Astrazeneca. Ao todo, 82.025 profissionais da saúde receberam pelo menos uma dose, o que corresponde a cerca de 64% dos 140 mil trabalhadores da área em BH, segundo Jackson Machado. A capital começou a vacinar a população há dois meses.

“Nós seguimos estritamente as recomendações do Programa Nacional de Imunização. Faltam muitos? Faltam, mas a quantidade de vacinas que o programa disponibiliza para os profissionais de saúde é 1,5% do volume total de vacinas. Nós não temos liberdade para usar, indiscriminadamente, para todos os profissionais de saúde, um número maior do que o Ministério da Saúde nos recomenda, sob pena de não recebermos doses extras da vacina”, disse.

De acordo com o secretário, foram vacinados prioritariamente aqueles que estão na linha de frente, como médicos intensivistas, enfermeiros, fisioterapeutas, profissionais da limpeza que estão trabalhando nestas unidades, entre outros. Mas ele reconhece que ainda faltam muitos.

“Ainda faltam profissionais de saúde que estão nos consultórios, clínicas, não só os médicos, os fisioterapeutas, dentistas, fonoaudiólogos, farmacêuticos, psicólogos, os coveiros dos cemitérios. São pessoas que têm que ser vacinadas, sim, mas estamos elencando prioridades, já que o número de doses que a gente recebe a cada vez é muito pequeno”.

Apenas 2,8% dos idosos de BH já receberam segunda dose da vacina contra o coronavírus — Foto: Reprodução

Apenas 2,8% dos idosos de BH já receberam segunda dose da vacina contra o coronavírus — Foto: Reprodução

A restrição no número de doses não foi só para os profissionais da saúde. Ao todo, 88.785 idosos receberam a primeira dose, o que corresponde a 22,19% do total. A vacinação prioriza, neste momento, pessoas acima de 77 anos.

“Nós tivemos o cuidado de respeitar as pessoas. Quando colocamos um grupo para vacinar, nós sabemos que aquele grupo, daquela faixa etária, tem x pessoas e que nós dispomos de vacinas para todas elas. Ninguém chegou a um posto de saúde e voltou atrás porque não tinha vacina. Isso não vai acontecer”, afirmou.

Com a chegada de imunizantes a “conta gotas”, Belo Horizonte ainda não tem um cronograma com datas definidas para as próximas etapas de vacinação, segundo Machado.

“Não temos cronograma contando com vacinas de que ainda não dispomos, contando que o Ministério vai entregar, porque nós sabemos que esta entrega pode não acontecer”.

Com a Sputnik V, meta é vacinar toda a população

Roraima recebeu até o momento 102.020 vacinas, sendo 96.520 Coronavac e 5.500 Astrazeneca — Foto: Divulgação/Sesau

Roraima recebeu até o momento 102.020 vacinas, sendo 96.520 Coronavac e 5.500 Astrazeneca — Foto: Divulgação/Sesau

O secretário de Saúde reafirmou que a prefeitura de BH vai comprar vacinas. A primeira tentativa de negociação ocorreu em dezembro do ano passado, quando Kalil esteve com Dória, em São Paulo, para formalizar interesse pela Covonavac, vacina distribuída pelo Instituto Butantan. Mas o acordo foi frustrado depois que o Ministério da Saúde decidiu adquirir 100% da produção do instituto.

Nesta semana, a prefeitura de Belo Horizonte anunciou nova intenção de compra. Desta vez, para a aquisição de 4 milhões de doses de Sputnik V, da Rússia. Segundo o secretário de Saúde, o objetivo é imunizar toda a população, além dos grupos já previstos, como idosos e profissionais da saúde. Mas até lá, será preciso ter o aval da Anvisa.

“Se nós tivermos garantia de que as doses serão efetivamente usadas na população de Belo Horizonte, nós compraremos e, aí sim, poderemos vacinar toda a população. A nossa ideia é vacinar todas as pessoas de Belo Horizonte. No dia em que tivermos vacinado pelo menos metade da população, o problema já estará resolvido. A cidade poderá voltar a funcionar normalmente”, disse o secretário.

A compra, conforme Machado, será feita independentemente de repasses do governo federalO valor estimado para a aquisição das vacinas é de R$ 200 milhões.

De acordo com a Secretaria de Orçamento, Planejamento e Gestão, o “município contingenciará o orçamento vigente – remanejando recursos de outras áreas para essa finalidade – somando-o ao saldo que ainda se tem do superávit de 2021”.

‘Pior momento da pandemia’, afirma o secretário

“Agora, nós estamos vivendo o pior momento da pandemia, desde março do ano passado. É muito importante, agora, que nós mantenhamos o distanciamento social, fiquemos em casa, saiamos somente para o absolutamente indispensável, utilizemos máscara. Aquela história de máscara no queixo não dá mais”, disse.

Secretário de Saúde de BH, Jackson Machado. — Foto: TV Globo

Secretário de Saúde de BH, Jackson Machado. — Foto: TV Globo

Jackson Machado faz o apelo baseando-se nos próprios indicadores de monitoramento da prefeitura de Belo Horizonte. Nesta quarta-feira (17), a taxa de ocupação de leitos de UTI chegou a 96,6%, e a de enfermaria, a 79,3%, considerando SUS e rede privada. De acordo com Jackson Machado, na terça-feira (16), a fila de espera estava com 64 pessoas.

A ocupação recorde de leitos já reflete nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), porta de entrada dos pacientes que estão em situação de emergência. Pelo segundo dia consecutivo, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) registrou ocupação máxima nestes locais, com pacientes com sintomas respiratórios aguardando transferência para hospitais.

“A UPA serve para abrigar o paciente até que ele seja transferido para a unidade de internação de tratamento intensivo. As UPAs têm infraestrutura para intubar pacientes, respiradores e pessoal treinado, exatamente com esta função”, afirmou o secretário.

Unidade de Pronto Atendiment (UPA) Oeste é uma das unidades de BH com pacientes a espera de transferência — Foto: Elton Lopes/TV Globo

Unidade de Pronto Atendiment (UPA) Oeste é uma das unidades de BH com pacientes a espera de transferência — Foto: Elton Lopes/TV Globo

A pressão sobre o atendimento nas UPAS fez a prefeitura criar novos leitos para Covid na rede pública, mas a ampliação ainda não chegou ao patamar registrado no meio do ano, durante o primeiro pico de contágio da doença.

Atualmente, são 393 leitos de UTI para Covid no SUS, sendo que 132 foram criados na última semana. Em 2 de agosto, eram 424. O secretário afirmou que o alto custo é um dos entraves para ampliação das estruturas.

“Um leito de UTI Covid custa entre R$ 1.600 e R$ 1.800 por dia, estando ocupado ou não. Se tenho 80% de leitos de UTI Covid, existem 20% que estão sendo remunerados, mesmo vazios. Eu não posso deixar um leito vazio de Covid, sendo que tem gente que está sofrendo infarto, AVC e tem outras necessidades de internação”, explicou.

De acordo com Machado, há a previsão de transformar o Hospital Metropolitano Célio de Castro, no Barreiro, em unidade só para pacientes com Covid-19. O hospital tem 520 leitos, sendo 120 de UTI e outros 400 de enfermaria.

Por causa da alta na ocupação hospitalar, ainda não há previsão para a reabertura do comércio. Nesta quarta, conforme determinação da “onda roxa”, BH teve a primeira operação de toque de recolher a partir das 20h.

Fonte: G1

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