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Pessoas que já se recuperaram da Covid-19 na região relatam preconceito após a cura

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Pessoas que conseguiram vencer a Covid-19 dizem estar enfrentando outro problema: o preconceito. Segundo especialistas, a falta de informação, o excesso dela e/ou as fake news contribuem para que as pessoas alimentem esse preconceito que na verdade, se resume, na maioria das vezes, ao medo de pegar a doença.

Quem teve a doença sentiu a rejeição na pele, mesmo depois de passar por isolamento e obter a cura.

“Após que eu melhorei tive que passar por vários procedimentos muito terríveis, que foram virando o rosto [as pessoas] quando eu passava, de pessoa que passava na minha porta e quando me via, colocava máscara”, contou a aposentada Vera Lúcia Nogueira.

Ela relata que foram tantas vezes que essas situações ocorreram, que acabou não suportando, tendo até que sair da cidade.

“Eu tive que sair da cidade de tanta pressão, por falar muita coisa [as pessoas], o porque que eu peguei isso. Isso aí foi terrível”, lembrou a aposentada.

O vigilante Leandro Henrique de Souza também enfrentou o mesmo problema. Segundo ele, ao ir a um supermercado, teve gente que estava sem máscara e colocou o equipamento. Tudo isso, mesmo com ele já curado do vírus.

“Fui até um supermercado um dia, eu já estava liberado pelos médicos, já tinha feito os exames, e aconteceu o fato da pessoa não estar nem utilizando máscara, colocar máscara, se assustou comigo, passou álcool em gel, colocou luvas. Assim que eu cheguei em casa, 20 minutos depois, a vigilância sanitária veio até minha residência, falou que eu estava furando a quarentena. Mas eu não estava, estava liberado, mostrei meus exames a eles, falaram que iam chamar a polícia”, relatou Leandro.

Um psicólogo destaca que tem conhecimento de pessoas que estão sofrendo por este preconceito após se recuperarem do novo coronavírus.

“Tenho acompanhado algumas pessoas que tiveram Covid e que se recuperaram, e que estão tendo muita dificuldade de retomar sua vida. Isso está acontecendo tanto pela situação né, porque algumas [pessoas] até chegaram a perder o emprego, por conta do fechamento de algumas partes do comércio, tanto pelo preconceito que tenho visto acontecer. Eles anulam totalmente a pessoa e passam a ver a pessoa como se ela fosse a doença né? E isso é muito sério”, disse o psicólogo Anderson José.

O preconceito, segundo ele, nasce na falta de informações e também no excesso. Principalmente com as notícias falsas espalhadas a todo o momento.

“Eu sempre oriento para que as pessoas tentem evitar o excesso de informação, que acaba gerando muito mais ansiedade. Na verdade o preconceito nada mais é do que medo. A gente tem medo de ter a doença e não entende e anula completamente o outro que teve, tentando manter longe de nós, o que não é uma boa maneira. Então tomem cuidado e muito em relação a fake news, que na grande maioria das vezes pode causar um prejuízo muito maior à saúde. Na dúvida melhor procurar os especialistas para se orientar”, completou o psicólogo.

Uma especialista em doenças infecciosas explica que o paciente curado não tem potencial para contaminação.

“Esse indivíduo estando recuperado, ele não tendo mais sintoma nenhum e passando por esse período do isolamento domiciliar, ele deve voltar para as suas atividades”, destacou Joziana Muniz de Paiva Barçante, que é professora da área na Universidade Federal de Lavras (Ufla).

Ficar isolado e longe de todos é a vontade de quem já teve a Covid-19. Mas o que a ciência explica é depois de recuperadas, as pessoas já podem e devem seguir a vida e precisam de alguém por perto, para que possam conversar e compartilhar a dor.

“Isso é importante para ele, voltar as atividades, recuperar sua capacidade de interação e respiratória. Ele não oferece risco para a sociedade. Neste momento, o que a gente precisa, é que a gente não tenha mais uma doença, que é a emocional”, falou a professora.

O isolamento social é importante para não propagar o vírus. Mas o isolamento afetivo, pode ser muito perigoso.

“Na hora que você esta liberado, que está curado, ninguém fala disso. Então não faça isso com as pessoas, o que você não quer que não seja feito com você. Tenha mais amor ao próximo, porque isso pode atingir você também”, pediu o vigilante Leandro Henrique de Souza.

A aposentada Vera Lúcia Nogueira pediu respeito e disse que ainda vai voltar para a cidade.

“Então respeita as pessoas, respeita porque as pessoas que não tem mais, acabou. Ainda quero voltar pra cidade, ainda vou voltar, depois disso eu volto”, relatou.

Fonte: G1 Sul de Minas

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