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Operação que matou 26 suspeitos em Varginha completa um mês com investigações ainda em curso

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A operação que terminou com a morte suspeitos de planejar um assalto a banco em Varginha, no Sul de Minas, completa um mês com investigações ainda em curso por parte de diversos órgãos. Ao todo, 26 pessoas perderam a vida no dia 31 de outubro.

Nenhum policial se feriu durante a ação.

Na época, o governador de Minas Gerais comemorou o resultado da operação e se referiu aos policiais como heróis. Entretanto, a conduta de integrantes da Polícia Militar (PM) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) também despertou críticas e questionamentos por parte de especialistas em segurança pública.

A operação envolveu integrantes da PM, inclusive do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), e de agentes da PRF. Com a quadrilha, foi apreendido armamento de guerra. Os suspeitos haviam alugado um sítio na cidade próximo ao batalhão da polícia.

Os óbitos ocorreram em duas abordagens diferentes. Na primeira, 18 criminosos morreram. Já o restante dos suspeitos estava em outra chácara.

Operação em Varginha terminou com 26 suspeitos de planejar roubo a banco mortos — Foto: Divulgação/Polícia Militar

Operação em Varginha terminou com 26 suspeitos de planejar roubo a banco mortos — Foto: Divulgação/Polícia Militar

Comissão de Direitos Humanos

Ainda no domingo, 31 de outubro, a deputada Andréia de Jesus (Psol), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), informou que o caso seria apurado pelos parlamentares. Por causa de declarações contrárias à ação, ela chegou a receber ameaças pelas redes sociais.

Uma das mensagens recebidas dizia: “Seu fim vai ser igual da Mariele” (sic).

Segundo a assessoria da deputada, os trabalhos estão em curso, principalmente junto às famílias dos homens mortos na operação. A comissão aguarda respostas solicitadas ao Ministério Público de Minas Gerais e retorno do Instituto Médico-Legal (IML) sobre a solicitação dos resultados dos laudos sobre as mortes.

Uma reunião para tratar a questão da segurança pública deve ser realizada pela comissão em 15 de dezembro.

A assessoria da deputada também informou também que ainda não houve respostas da Polícia Civil sobre as ameaças sofridas pela parlamentar.

Deputada que criticou ação policial divulga ameaças nas redes sociais — Foto: Redes socias/Reprodução

Deputada que criticou ação policial divulga ameaças nas redes sociais — Foto: Redes socias/Reprodução

Inquérito da Polícia Civil

De acordo com o delegado Pedro Paulo Uchoa Fonseca Marques, chefe do 6º Departamento em Lavras, os laudos do IML já foram concluídos e anexados ao inquérito da Polícia Civil na semana passada. Segundo ele, ao todo, foram elaborados 52 laudos, sendo 26 de necropsia e 26 de balística.

O delegado não adiantou o resultado das conclusões desses exames porque disse que, antes, é preciso fazer uma análise conjunta, com o cruzamento das informações dos laudos com os outros elementos colhidos pela investigação.

Ele esclarece que o procedimento instaurado pela Polícia Civil tem objetivo de apurar eventuais crimes contra a vida.

“O inquérito foi instaurado porque a lei assim determina, mas a Polícia Civil instaurou o procedimento partindo do pressuposto da legitimidade da ação”, disse.

Corpos foram encaminhados para IML Belo Horizonte, onde foram identificados — Foto: Danilo Girundi/TV Globo

Corpos foram encaminhados para IML Belo Horizonte, onde foram identificados — Foto: Danilo Girundi/TV Globo

De acordo com o delegado, todas as pessoas que deveriam ser ouvidas pela Polícia Civil em Varginha já prestaram depoimento. Entre elas estão médicos, funcionários do hospital e parentes do caseiro de um dos locais onde estavam integrantes do grupo e que também foi morto na ação. As mais de dez oitavas foram acompanhadas por delegado e por promotor.

“Em paralelo, os policiais que participaram da operação, boa parte já foi ouvida pelo comando da Polícia Militar. E, até para não ter retrabalho, a Polícia Civil aguarda a conclusão das oitivas pelo oficial que preside o inquérito militar”, disse.

Depois disso, será pedido à Justiça o compartilhamento dos depoimentos e, caso haja necessidade de complementação das oitivas, isso também será solicitado.

Suspeita de organização criminosa

De acordo com Marques, as investigações sobre prática de organização criminosa estão a cargo da Polícia Federal (PF), já que a suspeita é que o grupo atuasse em outros estados do país, além de Minas Gerais.

A perícia nos locais da ação foi feita por policiais federais. Segundo o delegado, a expectativa é que o laudo seja finalizado num prazo entre 60 e 90 dias. “Assim que o laudo ficar pronto, a Polícia Civil vai buscar acesso a ele”, disse. Em relação à participação de policiais rodoviários, ele disse que a atribuição da apuração também é da Polícia Federal.

Até a última atualização dessa reportagem, a PF ainda não havia se posicionado.

Operação da polícia matou 26 suspeitos de integrar quadrilha em dois sítios em Varginha — Foto: Marcelo Rodrigues / EPTV

Operação da polícia matou 26 suspeitos de integrar quadrilha em dois sítios em Varginha — Foto: Marcelo Rodrigues / EPTV

Conduta dos policiais

O Ministério Público, que instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC), também afirmou que está à espera da conclusão dos laudos periciais.

“O MPMG informa que as investigações prosseguem em segredo de Justiça e, no momento, está sendo aguardada a conclusão dos laudos periciais, que têm prazo de 60 a 90 dias para serem feitos”, disse.

Na época, a Polícia Militar disse que instaurou um inquérito para apurar a conduta dos policiais envolvidos. Questionada pelo G1 sobre o andamento das investigações, a PM não detalhou o que foi feito até agora.

“Nos termos do artigo 9º do Código de Processo Penal Militar (CPPM), combinado com o artigo 20 do Decreto Lei 1.002/69 (CPPM), o Inquérito Policial Militar (IPM) ainda está dentro do prazo legal para sua conclusão”, afirmou por meio de nota.

O decreto citado pela PM diz que o inquérito deverá terminar dentro em 20 dias, se o indiciado estiver preso, ou no prazo de 40 dias, quando o indiciado estiver solto. O prazo poderá ser prorrogado por mais 20 dias, “desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato”.

A Polícia Rodoviária Federal também informou que seriam feitos “procedimentos internos de apuração dos fatos ocorridos na operação”. Entretanto, os questionamentos não foram respondidos pela PRF até a última atualização desta reportagem.

Parede de chácara alvo de operação ficou cravejada de tiros em Varginha — Foto: Marcelo Rodrigues / EPTV

Parede de chácara alvo de operação ficou cravejada de tiros em Varginha — Foto: Marcelo Rodrigues / EPTV

Quem são os 26 mortos

A maior parte dos mortos é de Minas Gerais. Entre o grupo suspeito de planejar um assalto a banco no Sul de Minas, também há pessoas de Goiás, Distrito Federal, Rondônia, São Paulo, Amazonas e Pará.

Logo após a operação, os corpos foram trazidos para o IML de Belo Horizonte devido à complexidade do processo de identificação. Um protocolo semelhante ao da tragédia de Brumadinho foi adotado para o reconhecimento dos homens mortos.

Amostras de DNA recolhidas pelos peritos foram inseridas à Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), o que poderá apontara a participação dos suspeitos em outros crimes. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao longo do último meses, houve dois matches, ou seja, o material genético dos suspeitos coincidiu com vestígios encontrados em cenas de dois crimes anteriores.

O cruzamento de dados apontou que um dos 26 mortos participou de um assalto a banco em Itapagipe, no Triângulo Mineiro. Já o outro teria envolvimento com um crime ocorrido em 2020, também no estado.

Um levantamento realizado também aponta o envolvimento dos suspeitos em outras ocorrências, como homicídio, tráfico de drogas, assalto a mão armada, roubo de carga e receptação.

 Fonte: G1 Sul de Minas

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