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Uma pesquisa realizada em parceria entre universidades federais e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) alerta para a necessidade de lockdown por 21 dias para conter o avanço da Covid-19 em Varginha. O estudo aponta ainda para a presença da variante amazônica na cidade.
O estudo foi feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pela Universidade Federal do Amazonas e pela Universidade Federal de São João del Rei, além do Inpa. A pesquisa foi divulgada neste domingo (4).
Conforme o estudo, Varginha atravessa “a terceira onda de Covid-19” e não irá ter queda de casos e mortes “sem a aplicação rígida de isolamento social”. Segundo a pesquisa, feita com base no número de óbitos e internações entre 15 de janeiro e 15 de março, é esperada uma manutenção de taxa diária de “pelo menos quatro mortes por Covid-19 em Varginha pelos próximos dois meses”.
“Essa taxa poderá ainda permanecer constante após esse período, se nenhuma intervenção for realizada. Além disso estima-se que a taxa de transmissão da variante P.1 tem aumentado desde que surgiu na região da Amazônia; em Varginha essa variante parece ser 2.5 vezes mais virulenta que a variante do vírus que deu origem à pandemia de Covid-19”, aponta o estudo.
Com os dados coletados, as universidades e o Inpa alertam ainda para a taxa de 100% de ocupação de leitos de UTI na cidade, “reforçando a necessidade de medidas mais restritivas”.
“Dada a situação que se projeta para Varginha, recomendamos um lockdown com restrição superior a 90% da população por um período de pelo menos 21 dias. A adoção de período insatisfatório para controle da pandemia representa um risco de novo aumento de casos e óbitos. Concomitante ao isolamento social, deve-se manter a vacinação da população e, se possível, aumentar as taxas de imunização”, mostra a pesquisa.
Estudo aponta presença de variante e necessidade de lockdown para conter Covid-19 em Varginha — Foto: Reprodução
A reportagem do G1 e a produção da EPTV, afiliada Rede Globo, entraram em contato com a Prefeitura de Varginha para obter um posicionamento sobre o estudo.
Segundo a Prefeitura de Varginha, a administração municipal “se manifestará tão somente após notificações oficiais dos órgãos competentes, o que não ocorreu, bem como após análise por seus órgãos técnicos”.
A prefeitura salientou que “quaisquer variantes do coronavírus, se existentes, circulam por todo o país, não se podendo cogitar quaisquer ações baseadas em prospecções das quais não teve acesso. Da mesma forma, consigne-se que a denominada onda roxa difere de lockdown, sendo que a mesma jamais impediu a circulação de pessoas pelo Estado, sendo inconsequentes quaisquer tentativas de associar qualquer variante mais grave do coronavírus exclusivamente à cidade de Varginha”.
As medidas rígidas impostas pelo Governo de Minas na onda roxa passaram a valer em Varginha no dia 30 de março, quase duas semanas após a fase mais restritiva do Minas Consciente ser determinado para todo o estado.
Antes da adesão, a Prefeitura de Varginha publicou decretos próprios, com restrições estabelecidas pela administração municipal. Ao mesmo tempo, o Governo de Minas ingressou com ação popular para que a cidade seguisse a onda roxa.
De acordo com boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura de Varginha neste domingo, a cidade contabiliza 7.914 contaminações pela Covid-19, sendo 159 mortes em decorrência da doença. O Painel de Monitoramento da Covid-19 em Minas Gerais, do Governo de Minas, aponta que a cidade possui 100% de ocupação em UTIs para tratamento da doença.