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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fura-Filas, que apura irregularidades na vacinação contra a Covid-19 e investimentos feitos pelo governo de Minas Gerais em saúde, ouve, a partir das 9h desta quarta-feira (9), os secretários estaduais de Saúde Fábio Baccheretti, de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, e de Fazenda, Gustavo Barbosa.
Esta é a segunda fase da CPI, que vai apurar como foram os gastos em saúde durante a pandemia.
Em acompanhamento dos investimentos do estado na área da saúde ao longo do ano passado, pode-se constatar que até o primeiro semestre, Minas tinha destinado apenas 7,76% da receita proveniente de impostos à saúde, ficando em último lugar se comparado a outros estados brasileiros.
Por ano, os estados precisam destinar 12% do que arrecadam de impostos em Ações e Serviços Públicos de Saúde.
Mesmo com esta determinação, Minas fechou o ano de 2020 sem ter investido o mínimo. Considerando as despesas liquidadas, o estado desembolsou R$ 5,7 bilhões, o que corresponde a 10,75% dos impostos arrecadados.
A situação também ocorreu em 2019, o primeiro da gestão do governo Zema. Segundo relatório do Ministério Público de Contas, o estado investiu, naquele ano, 8,93% dos impostos arrecadados em saúde.
Em nota, o governo de Minas Gerais afirmou que “tem colaborado com todas as informações necessárias para as apurações” da CPI e confirmou a presença dos três secretários.
“O Governo de Minas reitera a disposição e o compromisso em auxiliar as investigações conduzidas pelos deputados com todas as informações disponíveis, incluindo a disponibilização do secretariado e demais membros do governo para prestar depoimentos quando solicitados”, disse a nota.
Presidente da CPI, deputado João Vítor Xavier (Cidadania), visitou a Cidade Administrativa — Foto: Reprodução TV Globo
Os trabalhos da CPI, instalada há cerca de dois meses, podem durar até 120 dias, prorrogáveis por mais 60. Até agora, mais de 20 pessoas foram ouvidas.
Os deputados realizaram uma visita à Central da Rede de Frio, no bairro Gameleira, em Belo Horizonte, local onde os servidores foram vacinados e onde estão armazenadas as vacinas.
Eles foram também à Cidade Administrativa em busca de documentos que teriam regulamentado o uso de doses da reserva técnica para a imunização dos trabalhadores, mas esta documentação não foi encontrada.
A última pessoa a ser ouvida foi o ex-secretário Estadual de Saúde Carlos Eduardo Amaral. Ele negou que tenha tido fraude na vacinação. E disse que não sabia que servidores em home office foram vacinados. Para o deputado João Vítor Xavier (Cidadania), Amaral teria “puxado a fila” da vacinação.
Também foram ouvidas pela CPI o ex-secretário adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, que defendeu que a vacinação seguiu as diretrizes do Plano Nacional de Imunizações (PNI), e a subsecretária de Vigilância em Saúde, Janaína Passos de Paula, que pediu para falar novamente. Ela apresentou documentos e registros de conversas com colegas e superiores sobre o assunto.
Na avaliação do presidente da Comissão, deputado João Vítor Xavier (Cidadania), o processo de vacinação foi feito fora dos parâmetros legais.
CPI ouviu mais de 20 pessoas para identificar se houve irregularidades na vacinação dos servidores do estado — Foto: Reprodução/ ALMG
A CPI tem, em mãos, 2.684 nomes de servidores vacinados contra a Covid-19.
Fonte: G1 Minas