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Professores relatam mais trabalho em nova rotina pela internet

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O ensino precisou ser reformulado para que as aulas pudessem continuar durante a pandemia de coronavírus. Por isso, as escolas aderiram ao ensino à distância por meio das aulas online. Dessa forma, professores, pais e alunos estão se adaptando ao novo método em suas casas. Professores de Poços de Caldas (MG) relataram que o trabalho tem sido ainda mais intenso neste período de pandemia.

“A preparação das aulas leva um tempo maior. Hoje, com sistema remoto, o professor trabalha três vezes mais. Temos que fazer slides e criar mais exercícios, porque a aula online rende mais, é mais rápida”.

Professora há 25 anos, Fernanda Junqueira Franco leciona no Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Nas duas escolas onde trabalha, em Poços de Caldas (MG), estão sendo oferecidas aulas online aos alunos.

Professores dão aulas online em Poços de Caldas (MG) — Foto: Fernanda Junqueira Franco

Professores dão aulas online em Poços de Caldas (MG) — Foto: Fernanda Junqueira Franco

Além da adaptação de trabalhar em casa, com uma função feita essencialmente de forma presencial, Fernanda também contou que há dificuldades de professores e alunos quanto à conexão de internet e alguns imprevistos com os equipamentos eletrônicos.

A fim de evitar que os alunos percam conteúdo por esses problemas, as escolas estão gravando as aulas, que ficam salvas para consultas posteriores.

“Há professores mais novos que dominam muito bem a tecnologia, mas há também professores que não dominam nada. Eu vejo que é desafiador a todo tempo. Se dá alguma coisa errada ,a gente fica assustado, entra em desespero. Mas a cada dia vou me sentindo mais segura e preparada. É um período curto para muitas adaptações. Foi difícil no começo, mas agora estamos começando a dominar melhor os instrumentos tecnológicos para promover aulas mais significativas para os alunos”.

Privilégio do acesso

Com a chegada dos vestibulares, alunos do Ensino Médio precisam se preparar para as provas em casa. O aluno Ian Guimarães Piccinin do terceiro ano de uma escola particular em Poços de Caldas (MG), contou como se ente nesse período.

“Estou grato por poder ter acesso a um bom suporte de aprendizado, justamente porque sei que muitos estão tendo esse direito negligenciado. Minha maior dificuldade é a falta de contato com o outro, que sempre foi uma forma de aliviar tensões, principalmente nesse ano que vou prestar o vestibular, fico ansioso por isso.”

Ian desenvolveu uma rotina de estudos para que a qualidade do ensino não fosse tão afetada, que agora depende muito mais de seu empenho pessoal.

“Certamente vai haver um prejuízo geral com essa situação, em intensidades diferentes, dependendo do nível de amparo que cada participante dos vestibulares recebe. Na minha escola acho sim que haverá um abalo inevitável no aprendizado, mas acredito que a maior parte dos professores está se esforçando para que esse abalo seja mínimo”.

Alunos do Ensino Médio estudam em casa para vestibulares durante pandemia em Poços de Caldas (MG) — Foto: Ian Guimarães Piccinin

Alunos do Ensino Médio estudam em casa para vestibulares durante pandemia em Poços de Caldas (MG) — Foto: Ian Guimarães Piccinin

Educação para crianças

Para os pais de crianças, as aulas online trouxeram a eles o dever de serem orientadores dos filhos em casa. A tarefa tem sido difícil, tendo em vista que as crianças têm muitas atividades recreativas nas escolas e, em casa, não seguem a mesma rotina.

Monika Zingoni, mãe de Linda, de oito anos, precisou mudar a filha de escola durante a pandemia por motivos financeiros, o que dificultou ainda mais a adaptação.

“É difícil parar uma criança de frente para o computador assistindo aula, vendo todos os amiguinhos por vídeo e prestar atenção na professora, ainda mais porque ela está sem ver outras crianças. Eu preciso trabalhar, não consigo largar ela pra fazer outras coisas, preciso estar do lado dela o tempo todo para ver se ela está fazendo tudo certo. O trabalho é dobrado porque preciso administrar meu tempo para conseguir ‘dar aula’ pra ela”, disse.

Na rede municipal, na escola onde Linda estuda, as aulas com novos assuntos ainda não foram retomadas. Os professores estão revendo os conteúdos para que os alunos não fiquem ociosos.

“O que está sendo passado é como se fosse o dever de casa, não estão aprendendo coisas novas, só estão mantendo. Não sabemos ainda como vai ser daqui pra frente”.

Com o isolamento e as dificuldades do ensino em casa, Monika considera que o ano escolar deveria ser anulado para não prejudicar as crianças. “É importante manter algum estudo para que ocupem a cabeça, mas eu acho que o ano deveria ser refeito para ter qualidade, aprendendo o que deveriam aprender de uma maneira completa”.

Estudos em casa

A psicopedagoga Liliane de Cássia Rezende Baraldi, formada na área há 20 anos, considera que o ensino remoto não oferece a mesma eficácia para as crianças do que as aulas presenciais, mas que o auxílio dos pais é fundamental para que seus filhos sejam menos afetados.

“O papel do professor é fundamental. Ele é quem media a aprendizagem, buscando técnicas, ações para que o aluno avance em seu conhecimento. Se fôssemos colocar em uma balança, o EAD não suprirá todas as demandas pedagógicas, por mais que tenham se reinventado quanto a educação acadêmica. Cada escola terá que ter um plano de ação que atenda as lacunas pedagógicas que, por ventura, venham a aparecer na volta às aulas.”, explicou Liliane.

Para os pais de filhos pequenos em idade escolar, Liliane recomenda que seja estabelecida uma rotina de estudos. Os pais precisam auxiliar as crianças quando for necessário e sempre procurar a melhor maneira de assimilarem a matéria, seja por conversas ou realização de atividades.

Psicopedagoga dá dicas de como estudar em casa durante a pandemia em Poços de Caldas (MG) — Foto: Liliane de Cássia Rezende Baraldi

Psicopedagoga dá dicas de como estudar em casa durante a pandemia em Poços de Caldas (MG) — Foto: Liliane de Cássia Rezende Baraldi

“Quanto mais envolver a criança em ações que ela possa vivenciar seus conhecimentos, mais motivada ela se sentirá. O desinteresse e a desatenção darão lugar para novas conquistas escolares, esse encorajamento para o aprender, e estabelecer relação cotidiana é de extrema importância”, comentou.

Ela ainda explica que as aulas das crianças que estão com horários reduzidos atendem a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Seria contraditório a tudo que a escola prega, colocando uma criança diante da tela de um computador, tablet ou celular para assistir aulas igualmente aos horários de aula. A escola estaria contrariando as recomendações de que as crianças fiquem o menor tempo possível em frente as telas e brinquem mais”.

Para os alunos mais velhos, além da rotina é preciso evitar distrações dentro de casa e focar nos estudos, já que estes já possuem autonomia. “Hoje temos ferramentas muito parceiras. A internet e as videoaulas. Os alunos devem usar e abusar disso, pois estão disponíveis em canais abertos. É importante também pedir indicações aos professores nas aulas virtuais de sites e vídeos confiáveis”.

Segundo a psicopedagoga, a dica para os alunos que não possuem acesso a computadores e internet, realidade de milhares de estudantes brasileiros, a saída seria o estudo com ajuda de livros e apostilas, seguindo um cronograma de matérias.

Outra sugestão é montar grupos de estudos, seguindo as recomendações de proteção e mantendo uma distância segura, apostar em bibliotecas públicas e espaços até mesmo na própria escola que muitas vezes disponibilizam computadores e materiais para consulta.

Fonte: G1 Sul de Minas

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