O caso ocorreu na última segunda-feira (17), quando Vânia de Oliveira Lima diz que esteve na administração municipal, pois estava insatisfeita com o novo imóvel que o município destinou para ela. A diarista alega que era uma casa imprópria pra morar com crianças e o objetivo dela, segundo explicou, era ver a possibilidade de mudar para outro imóvel que havia encontrado, o qual teria um aluguel mais barato.

Na prefeitura, ela teria sido recepcionada por uma funcionária pública, elas teriam discutido e a polêmica começado. A Polícia Militar foi acionada e a mulher acabou presa por desacato.

Foi durante a prisão, quando já estava na viatura, que Vânia acusa um policial de agressão. Ela alega que foi levada algemada para um ponto distante da cidade onde teria sido agredida.

“Ele me tirou da viatura e me bateu. Bateu, deu muito soco, murro dos dois lados da barriga e chutou minhas partes íntimas”, afirmou a diarista.

Vânia disse ainda que teria sido levada para o quartel e apanhado novamente.

“Eu falei ‘pronto, agora vai ser meu fim’. Ai eu apanhei de verdade, foi chute, foi soco, foi xingo de todas as espécies. Ele me apertou tanto pela garganta que eu desmaiei. Na hora que eu acordei, ele estava em cima de mim e pulando, cuspindo na minha cara”, disse.

Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência Social informou que lamenta o fato e que em nenhum momento recusou ouvir a mulher, mas como se negou a atender ao pedido dela para que fosse escolhido outro imóvel, ela passou a ofender os funcionários de forma descontrolada e agressiva e que, por isso, a polícia foi acionada.

Segundo a Policia Militar, ainda na prefeitura, o PM prendeu a diarista por desacato, lesão corporal e porque ela resistiu à prisão.

“De acordo com o que o militar relatou no nosso boletim de ocorrência, ele teria também sido recepcionado por essa civil com palavras de baixo calão, ela não teria atendido as determinações policiais, teria também agredido o policial militar. E foi necessário o uso da força para conter e algemar essa civil. Não obstante em estar algemada e dentro da viatura policial, essa civil ainda danificou partes internas da viatura por meio de chutes, sendo preciso periciar o veículo”, disse a capitã da Polícia Militar Layla Brunnela.

No boletim de ocorrência está registrado que o cabo foi agredido e que apresentava lesões leves causadas por “unhadas”. A declaração médica emitida pela Santa Casa confirma que ele tinha lesões nas mãos e no punho esquerdo compatíveis com arranhões.

Já a diarista teve edemas e hematomas no rosto e na orelha esquerda, além de hematomas no ombro. Ela precisou ser levada pro Hospital Alzira Velano, em Alfenas. A diarista ainda não consegue andar e precisa usar fraldas, segundo ela, por causa de uma hemorragia interna. Ela agora aguarda vaga para fazer uma cirurgia na mandíbula.

A policia informou que um inquérito militar já foi aberto pra investigar o caso.

“É por meio desse inquérito que toda as provas serão juntadas aos autos e encaminhadas à Justiça para a decisão em relação à ação policial militar”, destacou a capitã Layla Brunnela.

Ainda de acordo com a Polícia Militar, o cabo apontado pela mulher como o autor das agressões continua trabalhando enquanto o inquérito militar não e finalizado. A PM ainda analisa se ele será transferido para outra cidade.

A Polícia Civil também instaurou inquérito para apurar o caso e informou que a mulher vai responder por desacato e lesão corporal.

Fonte: G1 Sul de Minas