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Coronavírus: um mês após 1ª morte, Minas soma 80 óbitos, mas enfrenta falta de dados

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Minas Gerais completa, nesta quinta-feira (30), um mês da primeira confirmação de morte causada pelo novo coronavírus. E de lá até agora, o estado, que já soma 80 óbitos confirmados, tem conseguido achatar a curva de contaminação, apesar da falta de dados para acompanhar o desenvolvimento da epidemia, segundo cientistas.

O boletim epidemiológico mais recente, divulgado pela Secretaria de Saúde nesta quarta-feira (29), relatou que o estado tem 80 mortes confirmadas pela Covid-19 e outras 95 em investigação. Ao todo, são 1.758 casos de contaminação pelo coronavírus confirmados em um universo de 81.728 casos suspeitos.

No dia de 30 março, há exatamente um mês, a secretaria confirmou a primeira morte. Marlene Eunice Vanucci, de 82 anos, moradora de Belo Horizonte, morreu no dia 29 de março, após ficar internada em um hospital particular por oito dias. Mas, depois, o governo confirmou a morte de um senhor de 79 anos, que havia morrido no dia 28 de março, sendo, portanto, a primeira vítima.

Os dois últimos boletins epidemiológicos, da terça-feira (28) e da quarta-feira (29), foram os dias com o maior registro de mortes em 24 horas – 9 em cada um. O pico do registro de mortes coincide com os dias que o país também apresentou recordes no número de óbitos, somando mais de 5,4 mil mortes aos todo.

A vítima mais jovem a morrer pela Covid-19 foi um homem de 24 anos, que era morador de Itabira, na Região Central do estado. Ele tinha comorbidades, mas não foram divulgadas quais. Já a pessoa mais velha a morrer pela doença foi um homem de 95 anos, morador da cidade de Belo Vale, também na Região Central. Os dois estavam no grupo de risco da doença.

Entre os mortos, 85% deles tinham alguma comorbidade, ou seja, doença prévia que os colocava no grupo de risco.

A hipertensão é a doença mais registrada entre as 80 vítimas que morreram por Covid-19 nestes últimos 30 dias. E em 18 deles, são relacionadas outras comorbidades como tabagismo, hipotireoidismo, doença genitourinária, doença hepática, doença neurológica, transtorno mental, acidente vascular cerebral, sequela de poliomielite, desnutrição, dislipidemia.

O número de homens vítimas do novo coronavírus chama a atenção. Esse comportamento do vírus se verificou na China, onde o surto teve origem, mas também em outros países como França, Alemanha, Irã, Itália, Coreia do Sul e Espanha. Para cientistas, resposta não está em um único fator, mas possivelmente numa combinação deles: biologia, estilo de vida e comportamento poderiam explicar o caráter “sexista” da Covid-19. Entre os 80 mortos em Minas, a maioria deles eram homens.

Possível subnotificação?

Uma reportagem da EPTV desta quarta-feira (29) revelou que dados de cartórios de Minas Gerais mostram que as mortes por Covid-19 são mais do que o dobro das que constam em registros oficiais.

O Portal de Transparência do Registro Civil mostra que no período de 16 de março, quando foi registrada a primeira morte oficial no país, até agora, foram expedidos 143 atestados de mortes pela Covid-19 no estado. Nesse mesmo período, em Belo Horizonte, os cartórios registraram 23 mortes pela doença. Pelo registro oficial da Secretaria de Saúde do estado, são 16 mortes na capital.

A Secretaria de Estado de Saúde informou que, muitas vezes, o registro nos cartórios é feito como causa provável da morte e que, quando o motivo é comprovado por exame posterior, é possível fazer a mudança desta informação. Ainda segundo a Secretaria, somente os testes podem determinar se a causa do óbito foi por adoecimento pela Covid- 19. E reforçou que os dados publicados são oficiais.

Sem projeções

O professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutor em economia pela Universidade de Cambridge (Inglaterra), Rafael Ribeiro, diz que é difícil fazer projeções e avaliar estatisticamente a situação do estado diante da pandemia do novo coronavírus porque os dados disponíveis no Brasil “são muito ruins”.

“O Brasil não tem um política de testagem. E os casos de óbitos estão começando a ficar subnotificados”, disse.

Então, o cientista do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da UFMG afirma que as projeções que eram feitas no início da pandemia, com longa duração, não são confiáveis e que é mais seguro fazer projeções mais curtas, de no máximo 10 dias.

“Hoje, é praticamente impossível [fazer projeções]. Um período maior vai ter uma distorção maior. E também a gente não tem uma série de dados, não tem um censo hospitalar. Então, a gente usa muito parâmetros usados lá fora, na China, por exemplo, e isso aumenta a imprecisão”, justificou.

Cenário positivo

Apesar da falta de dados, o também professor do departamento de matemática da UFMG Ricardo Takahashi, especialista em matemática aplicada, tem acompanhado a evolução da doença e diz que a Covid-19 demonstra estar “razoavelmente” em controle.

Para o cientista, um dos indícios de que o governo adotou medidas certas em hora adequada é que, até esta quarta-feira (29), não havia esgotamento de leitos de internação e de UTI no estado.

“A figura de ocupação de leitos é clara em relação a isso. Minas Gerais fez bastante bem o dever de casa. Parou as atividades no momento significativo. Os hospitais estão com vagas garantidas para quem chega hoje”, explicou.

Mas ele também reconhece a falta de dados para estudos mais robustos sobre a evolução da doença no estado.

Takahashi ressalta, por exemplo, que o governo não divulga, nem para o corpo científico que estuda a doença, o número de exames coletados e quantos deram negativo.

“Essa é uma falha grave no monitoramento que não permite verificar o total da população que está infectada”, disse.

O cientista ainda aponta que, para flexibilizar as medidas de isolamento social, é preciso que o estado tenha capacidade de testar uma amostragem mais segura da população também acompanhar os casos confirmados e as pessoas com as quais esse contaminado teve contato.

Outra sugestão é adotar o modelo de liberação que alguns países já testaram, que é autorizar a volta aos poucos de atividades setorizadas e aguardar os resultados, sem precipitação.

“Mas temos que ter condições de saber o que está acontecendo. (…) Identificar os casos rapidamente e contabilizar e saber o que significa estatisticamente”, comentou.

Takahashi conclui dizendo que o estado está em uma situação boa e pode aproveitar este cenário para achar o melhor modelo para retomar a economia.

“Mas, para abrir, precisa tomar medidas de cautelas”, encerrou.

Casos descartados e pessoas curadas

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais informou, nesta quarta-feira (29), que havia 6.859 casos descartados da doença no estado desde o início da pandemia.

Sobre pessoas curadas, a pasta informou que o sistema de vigilância em Saúde é feito para identificar pessoas doentes. Desta forma, não há como determinar o número de pessoas curadas. Outro motivo é que muitos dos contaminados desenvolvem poucos sintomas ou ficam assintomáticas e não são acompanhadas pelo governo.

A secretaria acredita, no entanto, que seja possível ter, no futuro, critérios bem definidos pela literatura científica para possibilidade a conceituação de uma pessoa curada.

 Fonte: G1 Sul de Minas

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